quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Olá meu querido, sim sou eu. A andar com a minha mala castanha cheia de livros e canetas espalhadas pelo fundo. Com as minhas botas até aos joelhos, castanhas escuras , com o seu toque bonito super queridas. Sou eu com a minha camisola  ás ricas rosinhas e roxas, e com a sua malha cinzenta pela barriga. Sou eu, com o meu nariz escondido por entre a gola da minha camisola de malha quentinha, e com os braços entrelaçados por causa do frio. Certificaste-te que era a tua ex pequena ? Deu para ver, tão bem. Oh, aquilo foi o quê ? aposto que já quase não me reconhecias. Eu pouco olhei para ti , sinceramente, pouco estava interessada em olhar. Mas tu, tiraste a tua pose, de encostado á parede do fundo, avançaste e tentaste observar-me duma maneira , como senão me visses á anos. Oh meu querido, eu vi-te com o teu amigo a apontares para mim e a falar com ele sobre mim do gênero - estás a ver aquela ali , de cabelo loiro , com o seu sorriso contagiante e com uma maneira de andar pouco comum ? Bem, eu um dia, cheguei a gostar realmente dela, e já lhe admiti isso. Mas ela não me deu aquilo que eu queria, logo ao inicio. Eu pensava que ela ia ser daquelas meninas fáceis de conquistar. Eu pensava que ela era uma pita sem cérebro nenhum, e nada difícil, mas não. E por isso, deixei-a e feri os sentimentos dela. Passado um tempo, eu percebi que ela estava tudo menos contente com a minha atitude, muito menos, quando lhe dava esperanças estupidas e ridículas todos os dias, sempre que passava por ela. Apercebi-me que a cada dia que passava, ela se tornava mais arrogante e fria para mim, como se tivesse magoada com alguma coisa. Eu mais tarde, cheguei a perceber o porquê de tudo, mas ignorei tal coisa e ainda fui capaz de falar mal dela  depois de ela me ter ajudado com uma outra menina, ignorando ela , todo o sentimento que nutria por mim. Hoje, ela nem sequer me olha na cara, depois de me ter chamado a pessoa mais falsa , mentirosa e cobarde, que ela alguma vez conheceu. E eu, não tenho outra alternativa senão baixar a cabeça sempre que a vejo passar, por ter vergonha de tudo o que lhe fiz. E não só, também porque ela sabe ler-me o olhar, tão bem. E vê tudo aquilo que eu sinto por dentro. Eu tenho medo que ela se aperceba de tudo, e tente voltar novamente para mim, para eu a magoar novamente- Eu sobretudo tenho medo que ela descobra que afinal tinha razão, e que eu ia acabar por perder metade das pessoas em minha volta.-  Foi mais ou menos isto que disseste ao teu amiguinho, ou pelo menos pensaste, certo ? Bem, meu passado , eu não te minto , que ainda sinto aquela coisa na barriga sempre que te vejo chegar. Não te irei mentir, porque eu ainda gosto que pares só para me ver passar. Eu ainda gosto que apontes para mim e fales de mim com um sorriso, mesmo que por dentro não queiras sorrir. Eu ainda gosto da tua maneira de andar e da tua voz, mesmo que não a oiça á meses. Eu não me importo que fales de mim aos teus amigos, é me indiferente. Mas conta-lhe a nossa história, conta-lhe os nossos erros. Conta-lhe daquela vez que foste á minha porta porque morrias de saudades minhas. Conta-lhe daquela vez que me ligaste completamente bêbado, a dizer que eu era a pessoa que mais amavas no Mundo. Conta-lhe daquela vez que eu tive uma crise descontrolada de ciumes. Conta-lhe daquelas vezes que discutíamos , mas que tu acabavas por voltar com as tuas decisões atrás por minha causa. Conta-lhe das vezes que eu comia batatas fritas a falar contigo, e fazia birra para não comer peixe das outras vezes. Conta-lhe das vezes que me tentavas ajudar em física e química, por ser a disciplina que mais dificuldade tinha na altura. Conta-lhe da vez que me deixaste, e nunca mais voltaste. Conta-lhe das quantas vezes te ameaçaram para nunca te aproximares de mim. Conta-lhe das vezes que o teu coração não aguentava olhar para mim, mas que a tua maior vontade era que os nossos olhos se voltassem a cruzar. Conta-lhe que tiveste saudades minhas, podes contar. Expande-te em palavras como nunca, alarga-te nos sentimentos, nas vontades, nos desejos, nos erros, nas mudanças. Vais acabar por sentir a minha falta mais uma vez, vais acabar por te lembrar de novo de mim, como a tua pequena. Pode ser que não aguentes e venhas novamente tocar á minha campainha, e com sorte, desça com um sorriso estampado no rosto. Por enquanto, continua a admirar-me de longe, sem deixar de olhar para mim. Continua a admirar o meu sorriso, e a tentar ler o meu misterioso olhar. Continua a observar a minha maneira de andar que tu sempre implicaste, e as minhas botas, que desta vez, não são de duende. Eu irei continuar a observar o teu tipico andar de mãos nos bolsos, o teu lindo sorriso e o teu olhar que amo imenso. Pelo meio, sem te aperceberes, irei chamar-te uns quantos nomes para me libertar da tensão, normalíssimo. Irei olhar para ti, e seguir-te com o olhar, observando a maneira como aprecias tudo aquilo que faço. E no fim , iri lembrar-me que o orgulho, é a linha mais grossa de separação, que alguma vez iremos viver. Mas que não é ele que nos mantém separados. Mas sim nós, e o nosso querido destino que insiste em nos manter longe um do outro. Simples, agora adeus meu querido, volta á tua vida, volta á tua realidade, e deixa a nossa ficção bem de lado.

Sem comentários:

Enviar um comentário